Eu era a Dani Junco e agora sou a Dani Junco mãe do Lucas e isso mudou tudo. Fiquei muito ansiosa sobre o que fazer com a vida profissional depois da maternidade. Coloquei no face há 2 anos atrás: Tá doendo demais em mim, está doendo em mais alguém? Vamos bater um papo?
Esperava que viessem 5 e na semana do convite vieram 80 mulheres. Algumas sem saber o que fazer com a rotina depois da licença, algumas demitidas após ela, outras com ideias de empreender e outras sem conseguir voltar pelo preconceito das empresas por terem crianças pequenas. De acordo com a Robert Half, 40% das mulheres não retornam a empresa após a licença maternidade e segundo a FGV, 75% das mulheres passam a empreender após a maternidade.
Daquela confusão de sentimentos, solidão e não entender como retomar se destacavam. Eu percebi então que eu não estava só o que me acalentou, mas percebi também que tinha muito trabalho a fazer. Identificamos 5 grandes motivos que alimentavam essa angústia toda:
Quem sou eu depois dele? (Porque eu engravidei se é para deixá-lo)
Que propósito maior fará eu deixá-lo para ir trabalhar? (Dinheiro sozinho deixa de fazer sentido nessa equação)
A conta na primeira infância de deixá-lo com a rede de apoio é mais cara do que o meu salário.
E o segundinho? (Vou ter que voltar e passar por isso sendo que já desejo emendar o segundo)
Eu deixei a vida profissional para criar a minha família, mas agora que cresceram como eu retorno? (Síndrome do ninho vazio e da perda da identidade)
Nasceu nesse dia de uma vontade genuína de ajudar essas mulheres a construir uma jornada segura e equilibrada para que elas fossem produtivas e tanto a família quanto a economia ao redor dessa mulher ganhassem novas perpectivas. Começamos a atacar a dor que pareceu mais urgente que era a das mães que gostariam de empreender e tínhamos mais um desafio. Ajudar mas com o olhar da Era Digital, um formato novo e que provavelmente ditará o mercado de agora em diante e criar um lugar com um sentimento de pertencimento nunca visto.
Nasceu assim a B2Mamy - Aceleradora uma empresa dedicada a equilibrar o jogo, preparando com capacitação e conectando com pertencimento essas mulheres entre elas e ao ecossistema de inovação e tecnologia.
Em dois anos, impactamos com a nossa cultura 2.000 mulheres e em 2018 o nosso Road Map é de passar pela nossa jornada de capacitação 5.000 mulheres. Estamos formando a terceira turma do Programa Pulse de aceleração que juntas faturaram 1 milhão de reais, sendo que 60% das empresas entraram apenas com uma ideia. Nossa iniciativa tem o apoio do Google Launchpad e nossos programas rodam dentro do Campus Sp um espaço Google para empreendedores e saímos em todas as mídias brasileiras incluindo a Forbes. Também tive a honra de fazer um Tedx. Mas, nosso maior gol é quando cada uma delas nos diz: Eu não me sinto mais sozinha para tomar as decisões, sei que empreendo em rede ou entendo que se eu quiser voltar ao mercado de trabalho tenho um networking ativo.
Quando uma criança pergunta: Mãe, porque você trabalha? Ela quer perguntar na verdade: Onde você vai que é tão importante a ponto de você me deixar. E só quem ouve essa pergunta e não tem o que responder sabe o quanto dói.
Acreditamos com todo nosso coração e resultados que a mulher possa encontrar o equilíbrio entre a vida profissional e a maternidade ativa, resultando em uma comunidade mais generosa, colaborativa e produtiva.
Dani Junco, Mãe do Lucas e (porque sim, e é possível) fundadora da B2Mamy