Por Dani Junco
Se você pode sonhar você pode fazer. Essa frase está escrita nas paredes da Disney pelo seu fundador.
Pensar em algo, ter um insight, concatenar ideias, esticar a visão: tudo isso não vem do nada. O que a gente deseja é fruto da soma das nossas experiências, das conexões que fazemos e do que conseguimos sonhar que é possível. Como o Muhammad Yunus diz, é preciso imaginar para que a ciência e a tecnologia te sigam.
Representatividade, é fundamental para espelharmos a pluralidade de nossa sociedade nos espaços de poder que queremos ocupar. Eu me lembro direitinho do primeiro evento do ecossistema de startups que participei em 2015, e quanto eu fiquei ansiosa pensando que ali não tinha espaço para mim.
Um dos primeiros movimentos que fazemos para nos inspirarmos é entender quem já fez e como foi essa trilha. Se todas as vezes que olhamos uma lista, um texto, uma capa de revista está ali estampando como sucesso uma pessoa que não se parece comigo, nosso cérebro aumenta as barreiras do medo e nos faz reticente.
Mas, antes fosse só abalo na coragem. Não é só querer pertencer ou contar no Linkedin um reconhecimento, mas entender o quanto estar em listas assim influenciam em processos de captação e decisões estratégicas. Haja visto que NADA dos US$ 4,4 bilhões levantados por startups da América Latina em 2020 foi para empresas fundadas apenas por mulheres, dados da Crunchbase. E na última lista dos TOP 100 CEOs, avistamos apenas 4 mulheres de 100 pessoas possíveis. Nenhuma pessoa preta, obviamente.
O cérebro espertinho que não quer se cansar tem seu algoritmo viciado em homofilia (bio semelhança devido a uma mesma origem ou a um ancestral comum). Se não se parece comigo, logo:
| 1. Oferece perigo
| 2. É mais cansativo de se entender
| 3. Oferece uma maior chance de conflitos
Pensando nisso, Eu, Amanda Graciano, Angelica Mari e o Arthur Lima nos reunimos no mês passado e, em 24 horas, fizemos uma lista inicial de 100 CEOs da nova era, com um grupo super diverso de pessoas que todo mundo precisa conhecer. Deixamos a lista aberta e em menos de 2 horas eram mais 200 CEOS com a cara do Brasil. A velocidade e as mensagens que recebemos mostrou a sede do ecossistema de mudar o status quo.
Essa lista ajuda:
Agentes do ecossistema (incluindo investidores, heads de aceleradoras, de CVCs etc) a furar suas bolhas e conhecer nomes fora dela;
Organizadores de eventos a consultar e convidar fundadores diversos;
Jornalistas a conhecer fontes diversas para suas matérias
E principalmente para que founders e CEOs se sintam representados e isso lhes dê força para seguir
A lista fechada pode ser encontrada aqui. E o formulário para continuar contribuindo pode ser acessado neste link.
O primeiro passo é identificar que tem algo errado. O segundo é se incomodar. E o terceiro é agir. Você pode fazer isso ainda hoje, de alguma forma, de onde você estiver, com o recurso que tiver disponível.
Um abraço esperançoso sempre.
Matéria publicada em https://startups.com.br/colunistas/com-quem-o-sucesso-se-parece/
Escrita por Dani Junco, mãe do Lucas, CEO da B2Mamy - Socialtech que conecta mães e mulheres em comunidade, tornando-as líderes e livres economicamente por meio de educação, empregabilidade e pertencimento.
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