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Dupla viaja 24 países e publica livro sobre empreendedorismo feminino no mundo

Atualizado: 27 de jan.


Em 2016, as brasileiras Taciana Mello (à dir. na foto) e Fernanda Moura fundaram o projeto The Girls On The Road e decidiram percorrer o mundo para traçar o perfil do empreendedorismo feminino. Quase dois anos mais tarde, 99.534 mil quilômetros viajados em 5 continentes e mais de 300 entrevistas, elas acabam de lançar um livro com o resultado da experiência. Do Jeito Delas: Histórias de Mulheres Empreendedoras pelo Mundo" reúne histórias de mulheres de 24 países. Conversamos com as autoras a respeito da obra:

Como surgiu a ideia do livro e do projeto?

A ideia do projeto surgiu a partir da nossa surpresa e um pouco de indignação ao perceber que mesmo no Vale do Silício (onde morávamos quando iniciamos o projeto), considerado o lugar mais inovador e empreendedor do mundo, a presença de mulheres como fundadoras de empresas é ainda muito pequena em comparação aos homens. Daí surgiu o interesse em pesquisar e entender as razões que influenciam esse cenário.

Os motivos são vários, mas um nos chamou a atenção: a falta de modelos e referências femininas. Estudos afirmam que o número reduzido desses role models impacta a percepção das mulheres em relação ao empreendedorismo, perpetuando o estereótipo que se trata de uma atividade masculina. A partir desse momento, surgiu o conceito do projeto: contar histórias de empreendedoras ao redor do mundo, nos mais diversos ambientes, para mostrar o que as mulheres têm realizado.

Desde sua concepção, o projeto incluiu o documentário (em fase de edição) e o livro para registrar e compartilhar essas histórias.

Qual foi a parte mais difícil da jornada de vocês na construção do livro?

Foram mais de 300 empreendedoras entrevistadas e sempre soubemos que seria impossível contar a história de todas elas em um único livro. O processo de seleção foi um desafio, muitas vezes doloroso. Queríamos trazer histórias que "representassem" o grupo, mostrassem o quanto as mulheres têm construído e alcançado mundo afora e que compartilhassem inspiração, além de mostrar a diversidade de atuação dessas empreeendedoras.

Que história mais as emocionou e por quê?

Todas as 334 entrevistas foram emocionantes, cada uma à sua maneira. Tanto a empreendedora da Faixa de Gaza que enfrenta um ambiente hostil e inseguro, mas ainda assim construiu uma plataforma de e-commerce para o mundo árabe, ou a australiana de 25 anos que foi a primeira australiana a mandar experimentos para a Estação Espacial Internacional ou ainda a cubana que produz sabonetes artesanais teve algo que nos tocou.

O que podemos listar de principais semelhanças entre essas mulheres empreendedoras de 24 países diferentes?

Ao contrário do estereótipo ainda vigente, de que mulheres acabam quase exclusivamente empreendendo por hobby ou necessidade, e que não são tão ambiciosas, encontramos mulheres construindo negócios globais, locais, de vários tamanhos, mas com um propósito claro e ambição.

Além disso, percebemos que não só o dinheiro move essas mulheres. Sem dúvida que é parte fundamental para que sigam empreendendo e crescendo, mas de forma geral por trás há também uma intenção de impacto na comunidade onde atuam e realização pessoal.

Sobram otimismo com uma boa dose de "realidade", curiosidade e muita disposição para celebrar as vitórias, mesmo as pequenas.

Quanto a cultura de cada país/mulher influencia na sua maneira de empreender?

A cultura vai, com frequência, influenciar como, quando, porquê, se essas mulheres vão empreender. Países com um forte traço empreendedor vão oferecer um ambiente um pouco mais acolhedor, embora as dificuldades que tocam as mulheres empreeendedoras estejam presentes em todos os países que entrevistamos; em outros onde a cultura empreendedora é praticamente inexistente, o desafio é sair da inércia. Há também países que não enxergam a mulher no ambiente de negócios, principalmente depois que se tornam mães. Nesses (países) o principal obstáculo é mostrar que mulheres podem desempenhar diversos papéis.

Vocês conseguem citar TRÊS GRANDES lições empreendedoras que aprenderam nessas 300 entrevistas?

1. Entenda e aceite que você nunca estará 100% pronta. Ninguém está. A sua trajetória empreendedora vai ser o melhor ensinamento. 2. Não invista muito tempo lamentando decisões equivocadas. Faça uma correção de curso e evite que o ego atrapalhe sua tomada de decisão. 3. Decida começar. O elo comum entre todas as empreeendedoras foi a decisão de dar o primeiro passo.

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