A transformação digital e pós pandemia já deram inúmeros avisos de que o home office veio para ficar. Das primeiras iniciativas impostas até a dificuldade de retorno enfrentada pelos próprios times, que se habituaram ao novo modelo, muitos processos precisaram ser reorganizados, entre eles a avaliação de performance.
Uma pesquisa da PwC e do Page Group apontou que 68% dos trabalhadores acreditam que são mais produtivos ou muito mais produtivos no trabalho remoto. No entanto, essa não é a visão da maioria da chefia. Para 40%, não há diferença nas entregas quando o trabalho é flexível. Entre uma percepção e outra, os líderes precisam avaliar, de fato, a performance e buscar compreender: o que falta para o home office ser mais produtivo?
Susan Pinker, em seu livro The Village Effect, relembra que viemos dos primatas, que viviam em grupo e eram capazes de interpretar cada gesto. Atualmente, ainda segundo Pinker, somos uma espécie solitária, mais preocupada com a própria tela. A partir de estudos em diversas áreas, no entanto, a autora conclui que não existe substituto para as interações face a face. Pessoas precisam de Pessoas!!
Mas como proceder, então, visto que o home office é uma tendência que veio para ficar? Há que existir o caminho do meio. E existe. Esse papel deve ser muito bem desempenhado por nós: Líderes.
Algumas vezes, o líder corre o risco de errar nas avaliações de performance. Não percebe que algumas pessoas estão mais engajadas que outras e nem sabem identificar o porquê.
Falta autogestão, foco, organização ou planejamento? Ou apenas conexão, já que os benefícios do home office para as pessoas são bastante positivos.
Provavelmente falta conexão. Um call com todo o time, um café no escritório ou apenas uma ligação.
A autora do livro “A coragem de ser você mesmo”, Brené Brown, diz em vários momentos: “pessoas precisam de pessoas” e o melhor: não o tempo todo. Esse contato não precisa ser demorado ou íntimo, olhar nos olhos, um aperto de mão e outros cumprimentos já diminuem o estresse e impulsiona quem está mais distante.
| O home office
Como já disse, a produtividade é um dos principais benefícios para uma empresa quando o assunto é home office. Isso porque o colaborador está no conforto da sua casa, com sossego e flexibilidade de horários, teoricamente, produzindo mais.
Para as empresas: menos estresse e afastamento, otimização do tempo - já que não há deslocamentos, economia de recursos e custos de manutenção das instalações e um ambiente de trabalho mais saudável, também teoricamente.
Mas para que isso funcione bem é preciso manter a motivação do time, incentivá-los e estimulá-los a encontrar seu verdadeiro pertencimento, ou seja, sua auto aceitação e sua autenticidade. Mesmo com suas imperfeições, cada um deve ser estimulado a assumir suas lutas diárias e suas metas pessoais, não só da empresa.
Voltando a Susan Pinker e a colocação “não existe substituto para as interações face a face”, vemos que as pessoas encontraram outras formas de socialização e que os benefícios se estendem ao trabalho.
Se o home office não tivesse melhorado a qualidade de vida dos trabalhadores, as empresas não teriam passado por processos de demissões em massa, quando obrigou seus funcionários a voltarem ao trabalho presencial.
Hoje, as pessoas estão dispostas a ganhar menos para continuar exercendo as atividades de trabalho em suas casas e é preciso olhar para isso. O dado é da pesquisa “Trabalhando em casa ao redor do mundo”, desenvolvida por uma equipe internacional de economistas, incluindo Nicholas Bloom, da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos.
No Brasil, os dados apontam que 22% dos trabalhadores pediriam demissão imediatamente ou procurariam um novo emprego que permitisse o home office, caso a empresa obrigasse o retorno cinco dias por semana de forma presencial. Outros 7,3% aceitariam diminuir os ganhos para continuar exercendo as atividades a partir de suas residências.
À liderança resta acompanhar o seu time, sentir as necessidades e anseios dos seus integrantes. Além disso, acompanhar o mercado por meio de pesquisas e discussões que estão sendo realizadas aos montes. Home office, trabalho híbrido, produtividade, qualidade de vida, burnout, semana de quatro dias úteis são só alguns exemplos.
O mercado de trabalho mudou muito com a pandemia e 2023 promete ser um ano onde novos modelos de trabalho deverão ser analisados. Não é simples, muito menos fácil engajar à distância, talvez a combinação dos modelos seja o ponto de equilíbrio nessa balança de qualidade de vida x performance. Vale tentar e ajustar, sempre.
Texto escrito por Michelle Vilarinho, B2Mamy Lover e conteudista da B2Mamy, empresária e mãe da Valentina, VP do Grupo Via Direta Seguros e Founder da Via Mais Corretora de Benefícios, mentora e voluntária. Empreendedora Destaque 2022, premiação reconhecida pela Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) e TOP10 Latam Woman Insurtech, premiação que reconheceu as mulheres que mais influenciaram o mercado de inovação e seguros de 2022. Graduação e MBA em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas, especializações em Finanças pelo Insper, Inovação Aberta e Metodologias Ágeis pela Future DOJO. Especialista em acelerar mulheres e seus negócios, através da inovação, gestão e conexões. Mais de 20 anos à frente de áreas de negócios nos segmentos B2C e B2B do mercado corporativo (Telecom, Saúde, Tecnologia e Seguros).
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