Seu celular está lotado de fotos e vídeos? Saiba como preservar suas memórias em meio ao caos digital

Sep 12 / Thatyana Bensoussan

Estamos vivendo um paradoxo, nunca produzimos tantas fotos e vídeos como agora, mas ao mesmo tempo, nunca estivemos tão perto de perder tantas memórias. Nosso celular virou um verdadeiro baú digital, guardando os momentos mais preciosos da nossa família, como o primeiro passo do filho, a risada gostosa num domingo qualquer, aquela viagem inesquecível.

Mas, para muitas de nós, esse baú virou um caos digital. Fotos duplicadas, vídeos intermináveis sem começo, meio e fim, milhares de arquivos perdidos. E o pior, a sensação de que, a qualquer momento, todo esse tesouro pode escorrer pelas mãos, estima-se que só em 2024 mais de 10% da população brasileira* teve o celular roubado.

Uma pesquisa** sobre preservação digital de arquivos pessoais reforça essa preocupação. O estudo mostra que a proteção dos nossos arquivos digitais vai além de uma simples questão técnica. Na verdade, "a preservação de nossa história pessoal, familiar e coletiva está intrinsecamente ligada à preservação desses acervos, que se tornam cada vez mais digitais e vitais."

A pesquisa não fala só de computadores e dados, ela fala de memória afetiva. Ela destaca que a perda desses arquivos pode representar a perda de memórias individuais e coletivas, gerando "tristeza e frustração" nas pessoas. Imagina perder os vídeos das primeiras palavras do seu filho, as fotos daquela viagem em família, ou até as fotos do almoço de família em que aparecem familiares que não estão mais conosco.

Essas informações servem como um lembrete para nós, de que confiar apenas no armazenamento do celular ou na sorte não são suficientes para proteger a história da nossa família, que é o que realmente importa.

Sabendo que essa preocupação é real e que o risco de perda é grande, o que você pode fazer?

O primeiro passo é se familiarizar com algum serviço confiável de armazenamento de nuvem como Google Fotos, iCloud e Dropbox, mas além disso é importante também fazer cópias físicas em HDs externos e pen-drives.

O segundo passo é se organizar, pense nas suas memórias como os livros de uma grande biblioteca, cada história precisa de um título e uma data para ser encontrada com facilidade. Organize suas fotos e vídeos em pastas nomeadas por evento ("Aniversário Gael 2024") ou data ("Viagem Maresias 2025"). Assim, quando você quiser reviver um momento, não vai precisar procurar em pilhas e pilhas de arquivos. Sua biblioteca pessoal estará sempre organizada para você mergulhar nas suas histórias.

Por último, você pode dar vida às suas fotos e vídeos ao transformá-los em filmes afetivos, que contam uma história com começo, meio e fim.

Lembra daquele quentinho no coração ao reunir a família para ver o álbum de uma viagem ou assistir vídeos antigos? Com um filme afetivo, você pode reviver esse sentimento, convidando sua família para assistir à história de vocês, quantas vezes quiserem. É uma cápsula do tempo sempre pronta para emocionar e reconectar.

*https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/quase-10-dos-brasileiros-tiveram-celular-roubado-ou-furtad o-em-um-ano-diz-datafolha/
**https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/256377/Desafios_e_Estrategias_Prese rvacao_Digital_Em_Arquivos_Pessoais.pdf?sequence=1&isAllowed=y

Artigo produzido por:

Thatyana Bensoussan

Thatyana Bensoussan é mãe do Gael, radialista e especialista em documentários, com mais de 20 anos de experiência em produção audiovisual. Sua paixão por contar histórias unida a sua aflição diante do excesso de fotos e vídeos que acumulamos nos celulares a levaram a criar a Nosso Nó(s) Filmes, uma produtora de filmes afetivos que tem como missão preservar as memórias e as lembranças das famílias.

Os textos apresentados no "Blog B2Mamy" são de autoria da Comunidade. Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial e/ou a opinião da B2Mamy.

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