Instinto. Essa é uma palavra na qual tenho pensado muito, ultimamente. Conforme o tempo passa, começo a sentir e a seguir mais o meu instinto. Seja para tomar alguma decisão importante em relação a escolher um caminho a seguir, seja para pensar em ter filhos, ou me desafiar em alcançar um objetivo. Hoje em dia, nossos desafios são quase totalmente mentais. Precisamos racionalizar o tempo inteiro, escolher instantaneamente, decidir algo para ontem. O tempo parece não ter sido suficiente. Mas suficiente para quem? E para o quê?
Você se dispõe a algum novo desafio no seu dia-a-dia? Eu, por exemplo, sou professora de educação física e tenho vários alunos corredores – mas até quatro meses atrás eu não corria. Por conta dos alunos, decidi fazer uma prova de 10km. Comecei os treinos e peguei gosto pela atividade. Particularmente, acho que a corrida é um esporte em que, ao mesmo tempo, precisamos dominar o corpo e, mais que tudo, esvaziar a mente.
Quanto mais a endorfina atua, mais eu entendo que a vontade de colocar o par de tênis e sair correndo é um instinto. Instinto de me movimentar, de sentir o sangue fluir no meu corpo, de me sentir capaz, de sentir algo que não se explica. É o instinto de ter uma meta e conseguir cumpri-la. No dia da prova, o que eu senti quando vi a placa de chegada foi algo inexplicável. Eu acelerei o máximo que consegui e atravessei a linha. E bem ali, naquele ponto, se abriu uma nova largada. Um próximo desafio, uma nova meta.
No fim, todos nós queremos ser um pouco super-heroínas ou super-heróis nesse mundo muito louco. E é esta busca que tem me movido a continuar. Um instinto de ser e me fazer feliz. Run baby, run.
*Carolina Leite é professora de academina e uma corredora de 10km apaixonada por endorfina.