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Por que sua startup não quer vender para as mulheres?

Atualizado: 6 de mar. de 2023


A sigla ESG surgiu pela primeira vez em um relatório de 2005 intitulado “Who Cares Wins” (“Ganha quem se importa”, em tradução livre), resultado de uma iniciativa liderada pela Organização das Nações Unidas. A sigla vem do inglês e significa Environmental, Social and Governance (Ambiental, Social e Governança). O ESG traz os critérios socioambientais para basear a estratégia da empresa levando em consideração métricas para analisar o desempenho nos 3 pilares.


Não é difícil de entender porque esse conceito tem sacudido o jeito tradicional de fazer negócios. É preciso se adaptar para estar alinhado às exigências. No Brasil, fundos ESG captaram R$ 2,5 bilhões em 2020 – mais da metade da captação veio de fundos criados nos últimos 12 meses. Este levantamento foi feito pela Morningstar e pela Capital Reset.


Nesta coluna de estreia para o Startups, vamos jogar luz na letra S desse conceito. Você vai entender que sustentabilidade pode parecer “mais uma coisa” que você tem a fazer, quando é “a coisa” a ser feita.



A letra S da sigla ESG, tão importante e tão negligenciada, envolve a relação entre todo o ecossistema que forma uma empresa. O time, os clientes, fornecedores, governo, terceiro setor e a comunidade que se beneficia da economia gerada no entorno. Estar alinhado a agenda ESG significa assinar um compromisso com:

  • Os direitos humanos

  • Respeito com os clientes e fornecedores

  • Proteção de dados e privacidade

  • Diversidade e equidade de gênero

Podemos ter artigos inteiros sobre cada um desses relevantes tópicos, mas obviamente inicio pela equidade de gênero.


Estudos realizados pelo Banco Mundial, as Nações Unidas, o Monitor do Empreendedorismo Global, a Deloitte e a Ernst & Young demonstram que a mulheres são os grandes motores da economia independente da carreira escolhida. Alguns dados relevantes que destaco:

  • Mulheres desempenham 66% de todo o trabalho no mundo, produzem 50% de toda a comida, mas recebem apenas 10% do rendimento e são donas de 1-2% da propriedade;

  • Mulheres dominam o mercado global, controlando US$20 trilhões de gastos em consumo;

  • O Fórum Econômico Mundial sugere que, devido à pandemia da Covid-19, a equidade de gênero levará 135,6 anos para ser conquistada.

  • 48% das mulheres saem de seus postos de trabalho nos primeiros doze meses após terem filhos;

  • Trabalho doméstico não remunerado, tarefas de casa e cuidado com as crianças, valem 11% do PIB;

  • O documento da Organização Internacional do Trabalho avaliou que apenas 56% das mulheres em idade economicamente ativa estão empregadas no Brasil e o motivo se deve aos dois tópicos acima.

“Ah, mais isso é coisa de empresa tradicional.” Não, não é. O estudo inédito Female Founders Report 2021, produzido pelo Distrito, em parceria com a B2Mamy e Endeavor, mostra que apenas 4,7% das startups brasileiras foram fundadas exclusivamente por mulheres e 5,1% por mulheres e homens.


Ou seja, podemos concluir, portanto, que mais de 90% desses negócios possuem somente homens em seus quadros de fundação. Isso se desenrola pela empresa que também possui desigualdade de gênero e falta de diversidade em todos os departamentos da empresa.


Se você deseja sustentabilidade social, é preciso pensar em mulheres. Se você quer vender para a outra metade da população do mundo, é preciso entender essa engrenagem. Uma pesquisa da consultoria McKinsey demonstra que, se não houvesse desigualdade entre homens e mulheres, haveria um incremento de US$ 850 bilhões a mais em circulação, um acréscimo de 30% no PIB do Brasil.


Com estes pontos em mente, considere as seguintes áreas de atenção em sua startup:

  1. Tenha mulheres no quadro de sócios, gestão e liderança

  2. Crie políticas sobre a maternidade e paternidade

  3. Assegure a paridade de gênero e salário

  4. Apoie iniciativas sociais que fomentem mais startups fundadas por mulheres

  5. Crie ambientes seguros de troca para acolher as diferenças

Qual a sua responsabilidade e boa vontade ativa em transformar a realidade atual? A pergunta, na verdade é, por que não?




Escrita por Dani Junco, mãe do Lucas, CEO da B2Mamy - Socialtech que conecta mães e mulheres em comunidade, tornando-as líderes e livres economicamente por meio de educação, empregabilidade e pertencimento.




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